Hoje em dia, as tecnologias estão cada vez mais presentes na vida dos estudantes. Isto faz com que aproveitemos menos tempo para estar em contacto com a natureza e com o meio ambiente. As aulas ao ar livre são, então, uma oportunidade para nós, alunos, estarmos rodeados pela natureza, tendo aprendizagens mais divertidas e interessantes.

Um exemplo de ensino ao ar livre que nós experienciamos foi numa visita de estudo ao Centro Histórico do Porto. Esta visita de estudo consistiu em conhecer as lendas seculares através de uma apresentação multimédia “Porto Legends”, um percurso pelo rio Douro a bordo de um barco, em que cruzava as 6 pontes e o Centro Histórico da cidade do Porto.

Na primeira paragem, os alunos tiveram a oportunidade de mergulhar num espetáculo livre, ao contrário do teatro em que devemos permanecer sentados em silêncio. Neste local, nas caves da alfândega do Porto, com paredes todas em granito, foram expostas várias lendas da cidade do Porto de há séculos atrás. Era um espaço subterrâneo bastante grande, onde podíamos circular, ouvir e ver diferentes perspetivas das histórias através de hologramas de alta definição e de bom som.

De seguida, seguimos para o centro histórico do Porto, onde pudemos vivenciar alguns dos conteúdos que aprendemos em História, como a importância desta cidade para o comércio nacional, a visão do Infante D. Henrique e onde se realizava a comercialização do vinho do Porto, produzido na região de Trás- os -Montes.

Por fim, visitamos o aglomerado habitacional, que cria um emaranhado de ruas, com as suas belíssimas casas, de salientar a riqueza das suas gentes.

Percorrer a cidade é voltar mais de um século atrás… Faz-nos imaginar e sentir a história e o povo português da altura. Ao levarem-nos a conhecer o Porto, ficamos a saber que é uma cidade inspiradora, cheia de características únicas e peculiares, que deu o nome ao vinho mais famoso de Portugal, o vinho do Porto.

Após esta caminhada, dirigimo-nos ao cais da Ribeira. Chegando lá, embarcamos no “Cruzeiro de 6 pontes” para fazermos uma viagem que nos contou a história das 6 pontes do Porto. O cruzeiro pelo rio permitiu conhecer a história por outro ponto de vista e compreendermos a importância das ligações rodoviárias e ferroviárias, o desenvolvimento do país e a possibilidade das pessoas estarem ligadas por estas estruturas. Destacamos a ponte D. Maria Pia e a ponte D. Luís I, que foram um marco da engenharia, a primeira por ser construída pela empresa de Gustave Eiffel e a segunda por ser considerada, ainda hoje, o maior arco em ferro forjado a nível mundial.

Com este exemplo, verifico que as aulas ao ar livre proporcionam momentos de lazer aos alunos, mas também de aprendizagem histórica e cultural, marcas de um povo na cidade, devido aos seus modos de vida e, em particular, ao comércio.

Aprender ao ar livre ou fora da sala de aula leva-nos a estarmos mais atentos aos detalhes e realizarmos conexões com o que observamos e a história de um povo. Em suma, usamos todos os nossos sentidos para absorver conhecimento e recordá-lo por muito tempo. Observar e conhecer os monumentos permite-nos comparar culturas, gerações e recordar com mais facilidade o que foi visto e aprendido. Ao conectarmo-nos com o mundo ao nosso redor, a aprendizagem torna-se mais eficiente e envolvente.

O programa Erasmus veio reforçar este método de ensino, que é muito pouco utilizado, devido aos custos de deslocação associados e ao tempo disponibilizado, apesar de os ganhos serem enormes para os alunos. Nas atividades do Erasmus, tivemos a oportunidade de constatar que se aprende imenso com este tipo de atividades ao ar livre. Este projeto veio realçar a necessidade de implementar mais atividades escolares ao ar livre, sejam elas nas disciplinas de História ou outras como as Ciências, Artes, Línguas… Outro aspeto que foi salientado é que ao comunicarmos com os alunos estrangeiros ou o seu meio estamos a tomar consciência da importância de dominar um idioma estrangeiro e termos uma noção real do nível que temos e que precisamos alcançar para que a comunicação fluída seja possível. No ensino ao ar livre e no intercâmbio com outros parceiros de outros países, que o projeto Erasmus proporciona, temos de saber, aprender e conhecer mais sobre o nosso país para esclarecermos as curiosidades dos nossos parceiros.

Na nossa opinião, é sem dúvida uma experiência muito enriquecedora, pois torna as aulas menos aborrecidas, mais interativas, eficientes e produtivas a longo prazo, ficando registadas na nossa memória.

Inês Correia

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